sábado, 4 de junho de 2011

Um bonde chamado matina

Galo maldito. É trauma recôndito, esse bicho; Mastigado, remoído... Em cada despertar.

Em certas madrugadas, tampava o ouvido a caminho da escola para evitar o berro deles. Poucos anos antes, ainda chorava ao vê-los na tevê. Depois de um tempo passou a se conter, esconder os ouvidos até as trombetas pararem, até aceitar que, mesmo achando o timbre horrível, tem quem goste de trombeta.

Mas galo com problemas de autoafirmação no meio da madrugada, isso já era demais! Sabia, os sinos dobravam para si.

E contagiados, os cães aflitos de noites perdidas, deram início a um lamento de carpideira - como se no juízo final a carrocinha viesse para fazer cada um deles pagar por seus muitos pecados de cachorro.

E depois veio o alarme do carro, vigia de prontidão para casos de cão ladrão. E derradeiro: O primeiro latão da manhã, urrando ao levar de vez meu sono embora.

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