Inosense

hoje estou de perigo
periga se matar alguém
da mais pura desatenção

matei a vero verso
crime passionante

Salt Paradise

batata nevada
conserva o rim
vira tudo cristal

pedra preciosa para posteridade

Silenciouro

permita-se
ajudar
mas muito ajuda
quem não avacalha
pois conselho que se valha
vale tudo se guardado
que de vezes destino ingrato
se joga o conselho na cara

Náufragos urbanos

olhando absurdado para o farol vermelho
como se esperasse respostas - todas
como Gatsby
como insetos procuramos por qualquer foco de luz em nossas vidas
não olho para carros, são luzes vacilantes, fugidias
fogos fátuos
não se pode confiar
até os faróis nos traem...
e têm as mãos sujas de sangue

Shitos

a treta do coprófago
a ansiedade
de querer alimento
no adubo

Burroughs em armas

[Coat of Arms]

quando a hipersensibilidade.

é o limiar.

da hiperatividade.

que abre rombos [ilegíveis].

nas maçãs de entes queridos.

Rotten peaches

dar a cara a tapas
a socos
me deixou marcas
rebocos

pra peeling algum
pintar
ou purgar

Escresser ou não escresser

tenho pensado muito em você
um futuro brilhante para nós dois
inseparáveis como semprestivemos
siameses, como gatos da Pangeia
té quand'ei de'struir tudo
soterrarnos de Pompeia
virar mercador na África
você perdoa...
largo armas de tinteiro
não lhe escrevo
até esqueço
e continuas, Poesia
toda sua e toda minha
nada se perde
apenas dá-se um rolê no Vazio

Profissão de Sé

nadar contra mar é
romper as correntezas
ao teu encontro
na'scente das bonitezas

EQM

hole's above
us only sky
sete palmos
de imensidão

"volta pra terra!"
a gente ironicamente volta
para mergulhos
alados

De barro

muita Terra no mapa
minha carta natal
pra ti um porto seguro
para mim, Bermudas
com o perdão da informalidade
em ambiente de trabalho
minha constância
é patinação na lama

modéstia a parte

chafurdo como ninguém

Oficina

não tire as calças
não balance o seu lance
não diga não
é permitido proibir

não suje o nome da empresa
com obras no ventilador

você tem uma repartição a zelar

Wednesday

nasci em dia de Mercúrio
que é pra causar na correria
das semanas de rotina
e pra botar porquês no mundo

com asas nos pés
e uma ideia cefaleia
eu não estou lá
é que já foi

e deu preguiça

Pronto pra outra

eu vou
até onde não restar mais nada

e volto
sem olheiras

Voca bula

ela

toda uma sintaxe muito sua



sendo assim



o que soar da semântica...?

Muito ajuda quem não atrapalha

fazer algo de útil
nem que seja
fazer o Bartleby

O estrangeiro

buy
buy Brazil
que doce exílio
me partiu
minha pátria
é de pegar ou largar
és de purgar
ou meu lugar?

Sanitária

resgatei do banheiro
tua colher de heroína moderna
tua caneta de poemas em ph
tudo privada abaixo...



o que ratos hão de ler
estações de tratamento
darão o trato

editorial

Universo autolimpante

a Vida é tão perfeita
que consome a si mesma

O que é estranho, vindo de um escritor

o latente
pode mais
que se sente

(então calemos a boca)

Pre matura

destinos que érramos
folhas soltas ao vendo
em quedas de primaver

Candida

o gosto
da roupa íntima mascada
a contra rosto
a gota ínfima mascara
a tua candura
ácida...
doce mel
e todo meu

Sacro'fício

a cobra
engoliu o boi
justo' sagrado...
fora condenada
a se tentar até
a gente

Litros diários

me dizem não ser suco
como não? se vem do fruto
daquele que pega no pé

que chamem então 'té de chá
desde que tinto me pinte
o
e
s
ô
f
a
g
o
que amargo me jogue a real
pois de doce me basta a vida...

e se um dia, quiçá
a pressão não 'guentar

fraca é ela

não meu café

Pimenta na dos outros

a Bloody Mary enroscando
nas feridas da garganta
e o grito de gerações
ali preso pra tapar buraco
e estancar o que tinha de ser

solilóquio

A eugenia dos feijões

ninguém presta
todos fora
água e broto
numa tacada só

Mediocridad

classe media
lunas de cristal

se não as tem...
que comalfajores
me faça os favores
das vistas não poluir

classe média

sofre

Novel

arrepiando sempre
me enchendo de Vida
a cada respiração

cruzo ares e mundos
altos e fundos...
pra cair na Capadócia
pra manter os pés no chão

e ansiar por mais
e não capitular

Contradanza

lépida lap dance
dilapida minha lápidex

Rompante

como dissesse urros
distribuísse murros
comeste aos tragos
shots de floral

desculpa


passou

Anima

contigo
viro bicho
no cio
não sei
se consigo
largar

povo invejoso
joga baldes
d'água fria...

a gente nada
de apagar

Principícios

bungee jump
abismado





















mergulho

de ponta?



(sempre volto com ursinho novo)

Bocaboca

me salva vida
me salivinteiro
me afoga em ti!

Minutum mundum

o que vizinhos flagram
é a ponta do iceberg
de camisinha social...

Idos

de tanto ter morrido
sei pra isso ter nascido
comoutra coisa ter sido?
que não coveiro
em meu umbigo

Guts

tramando artimanhas
entranhas entrelinhas

Sagrada fagia

correr por Baco
rasgar carne crua
teu fiapo entredente

Refluxo

vocação é
ser pente
fina a Ss
sserpentear
vislumbres
no espelho
teu reflexo

Militaria

je sui generis
en general

comandante de mi
mandante de crimes


sequer cometi

Mar-SP

quem mexeu
na minha madeixa
me deixou louco
e fora do eixo

Bendito fruto proibido

Pecado Original
foi Deus ter ousado
deflorar o Caos

(Não) mulher

do padre

que pariu

a puta

madre

vida

que não cobra passagem

ou entrada

Bonsdrink

I'm your cherry chouchou
no teu martini diário de diva
Pra eu chupar todo no final e morder
[23:16:40] Marina Stuginski: Nhac

dizes

Marca páginas

mercador de informações

entre essa página e a outra

sei segredos de junções

havia algo entre elas

nas tuas noites de sono

troquei frases do teu texto

e sequer vais perceber

Serenidade

seassenhora néssidade
sabe o qué sororidade

não sei não sei rir à toa
sei também outra Pessoa
sei não tem necessidade
dentendê como lhe cabe

sei não falo nem po padre
lo que calo pra comadre

Livre

no astral eu fico nu...

lá sou amigo da polícia

e o figurino é como tu

livre

pra inventar moda