domingo, 31 de outubro de 2010

Amis

reconheço ao longe meus amigos
na tosse aguda que nos rasgargantas
nas atitudes nas carícias santas
nos amiúdes nas carências tantas

pois amor é pra ser indigente
mendicante tb prepotente
retirante num bom dissidente
evasivo fugaz permanente

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ata-palavra

essa transformação
jaz documentada

qu'irei esquecer
desejos d'agora


e fica pegada




?

Diálogo III

 - fala alguma coisa.

 - (...)

- ninguém é alguém sem nada a declarar!

- Beleza.

- de beleza em beleza se faz poesia épica... aloka otimista.

Letter ma

Ms. Mistake
miss you so
so you take
me end go

terribly wrong.

Miss simpatia

pra Bandeira Branca
era bandeira dois

porque a negra era usual
e a caveir' era sinal:

ser pirata é ser Legal

e a cada ataque
fervi o sangue

púrpura

e fazia rubro pano


"paz de cu é rôla"!

Endosso

disserto
de certo
disseste

de coisa
com coisa
concórdia

Urbanal

fossa das ideias
sem acento pra cagar
reto do cérebro

[descarga elétrica]

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Fósforo

ver o cerco pegar fogo
ver no circo pranto encoro


funeral pyre


piromania emocional
queimadurenaltograu


eu cicatrizo, ah, se renasço!


e tu vais mijar na cama

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ti me dês

era difícil ser domado
tímido ambicioso tarado
queria feitos universais
e multidões de bacanais

à meia luz, okay?

Mão direita

A criança de uma mão quis tocar no violão. E o violeiro, já feliz, mal algum viu em deixar a criança animar um pouco o baile - que a essa altura da madruga tava té um pouco morno e mais gelado que a cerveja... Seis música ela tocou no novo amigo que também só tinha um braço. A primeira foi pra mi. A segunda lá se via qu'ia terça dando ré e que o sol nasceu na quarta. Si'squeci quando foi quinta e na sexta foi o mé (do violeiro contratado, não do novo).

Óia, dava até pra rolar bis...

Tortura

essa tensão de calar e dedar
esse porão de suspense noir
tem todo um charme próprio.

que a vida não me arranca nem no paudearara

Diálogo II

- (...)

- pra tirar a gente da zona de conforto. mesmo que o conforto não tem que ter zona e cercadinho, não tem que ser estagnação. quero que meu abraço seja confortável tipo... tipo um rafting na puta que o pariu. tipo, a gente tá num bote - coletes, capacetes, palacetes e tudo mais que eu puder te dar pra te sentires segura, mas... sei lá.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

História de pescador

Escrevia como pescava. Bom, nunca pescara muito na vida, mas sentia que entendia à beça daquilo. Era só tentar se ater a feitos mundanos. Ordinários... E esperar... Enumerar e classificar coisas... E esperar... E se entediar. Bastante.

E de repente, zás, o peixe akáshico na linha que divide planos; Que ato cruel e um tanto egoísta pode ser uma pescaria! Mas se alegrava porque poderia trazer a seus amigos terrenos uma lembrança daquele gostinho de Mar... (Naquela mesma efêmerinfinita comunhão de universos)

E pôs-se a multiplicar peixes e mentirinhas carne branca.

Habemus papam

voto de pobreza
voto de castidade
voto de cabresto

vira tudo cinza na urna funerária

(...), dos... ação!

pouco tenho a oferecer
é muito pra quem crê

quadras malinas



y más

Isla guapa

pro alto y adiante
o futouro está avante
Plutopia traz tesouros
di amantes dentro de ti

Uivo

Tinha o hábito estranho de uivar pra Lua. Alguns achavam engraçado, assim como ele também achava divertido mugir aos céus. Certa noite, tomou um suco meio celeste e sentiu de novo aquela vontade irrefreável de uivar a oeste, tão bela era Ela; Sua amante. Do uivo agudo saiu junto o grave grunhido que tanto escondia dentro de si... Quis tentar entender, mas freou a si de tanto medo de fazer sentido.

Ou era só vergonha d'Ela...

Da crise

à frase

quo acento é grave
quo assunto éntrave

e eu só credo em cruzes que trazes

sei, voltas, mas tenho saudades

domingo, 17 de outubro de 2010

In vain

de vem em vão
perde a linha
coç'o saco

saca grana e fim de papo
papa história e lava as mãos

de vão em vão
perde a linha
ench'o saco

saca arma e fim de papo
pá! e a História lava as mãos

sábado, 16 de outubro de 2010

Diálogo I

- tu me amas?

- obscenamente, oras.

- amor, eu me preocupo tanto. tu estás bebendo tanto, fumando tanto... comendo tanto.

- é que o bastante não me basta.

(...)

- e eu?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Polaquices II

previu que jamais viraria estátua em sua cidade
em um gol contra de bicicleta, virou pedreira

por só ser moldadado pelos grandes



such a solid rock

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Doce lar

retorno à Terra



joaçabense quis embora
e embora o buraco devore

frio de casa no supre doutrora

e enjoa ma' quis imortal
evitar mesmo inevitável
evitar o destino carnal



retorno à terra

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sorvete

todo mundo já sabia
tua boca eu abriria
té casquinha gelaria

tão inteira eu te sorvia

agora que todos já sabem
orgulho na gente não cabe
tã' bem como corpo cabia
num freezer d sorveteria...


security cam não deixou insegura




caiu na net!

Ora, Aurora!!!

eu me mato todo dia
e a cada momento
que é só pra ver
a flor e o ser
a manhã
d'inovo
amou

domingo, 3 de outubro de 2010

Con dom

moda é amar a moda antiga
a fi em lo que now se cuide
foda é foder à moda antiga
botai o latex now nu nude

sábado, 2 de outubro de 2010

Sin fonia

polissímbolos sônicos
monossílabos tônicos

anseolíticos átonos


é tudo mashup
é tudo crossover
tudo insideout

sai do novovô
eraeditário



quem diria?
que tanta erudição
bem no fundo era edição